Bowie 70

A semana passada, li uma publicação do David Fonseca sobre um álbum de tributo a Bowie que teria sido lançado em colaboração com vários artistas portugueses. Pensei que seria uma homenagem ao cantor pelo quinto aniversário da sua morte. Fui, lampeira, ouvir o álbum e apaixonei-me de imediato por algumas músicas, mas achei estranho não ver o álbum publicitado em mais lado nenhum. Foi quando me apercebi de que já existe há três anos…

Atenta, como sempre.

Deixo aqui a Space Oddity pela voz de Camané, porque gosto muito de ouvir o Camané quando não canta fado (pela simples razão de odiar fado), e porque, inauditamente, acho que a sua pronúncia imperfeita dá um toque de charme à música.

Outras faixas que destaco: 
Modern Love (com Manuela Azevedo)
Let’s Dance (com Afonso Rodrigues)
This is Not America (com Márcia)
Lazarus (com David Fonseca)

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diário 21 #2

Ainda bem que fui ao cabeleireiro a semana passada. De cabelo cortado e pintado, buço e sobrancelhas feitos, aqui a “senhora da loja” – nome que recebi da Alice quando viu o meu novo corte de cabelo e que eu assumo, mesmo que um pouco contrariada, porque devo admitir que o cabelo ficou meio esquisito – entrou em confinamento minimamente apresentável, não vá ser preciso falar com o carteiro ou ir a um dos 52 tipos de estabelecimentos comerciais previstos nas exceções.

Com as miúdas na escola, cheira-me que é desta que vou conseguir trabalhar descansada, ler mais, fazer pão, cozinhar receitas novas, tirar um curso.

Vida boa.

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diário 21 #1

Ainda só passaram dez dias deste novo ano e é como diz o meme: what a fucking year this week has been. O mundo continua do avesso, os números de infectados com corona não param de aumentar, entraremos em breve num novo confinamento, coisas impensáveis continuam a acontecer nos Estados Unidos e, por cá, o André Ventura continua a ganhar perigosamente terreno nas Presidenciais. Eu tenho seguido os debates atentamente e estou determinada a orientar o meu voto no sentido de impedir que a extrema direita fique em segundo lugar.

No plano mundano, cortei o cabelo um bocadinho mais do que só as pontas, mas as minhas filhas não gostaram, e a Alice diz que eu pareço a “senhora da loja”. Expliquei-lhe que o cabelo cresce e que ela se vai habituar, mas ela olhou para mim como se tivesse acabado de lhe oferecer um prato de queijo azul. Ela odeia queijo.

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Um documentário e um desafio

Vi o novo documentário dos Minimalistas, Less is Now, que está disponível, desde o início do ano, na Netflix. Ora, para quem já está familiarizado com o conceito e os segue desde, para aí, 2012, este documentário não traz nada de novo. Na verdade, é uma cópia do primeiro documentário, só que com uma produção um pouco melhor e comentários de especialistas. Certo, não há muito mais a dizer sobre o minimalismo que não tenha já sido dito; o conceito do minimalismo é, já de si, minimalista. Mas quando os conceitos são mastigados vezes sem conta, é pura perda de tempo. Uma pessoa até aguenta ouvir e ler a história uma, duas, três vezes, mas não há pachorra para ouvir novamente a história sentimentalista do Joshua e de como o Ryan abandonou um salário de seis dígitos para viver frugalmente.

Ainda assim, achei piada ao desafio lançado nos últimos minutos do documentário: deitar fora (entenda-se: doar ou reciclar) uma coisa por dia, durante 30 dias. Gosto de desafios, de calendários, tabelas e listas. Mas depois, por outro lado, penso que este jogo seria uma espécie de batota: eu tenho tanta coisa para deitar fora, doar, reciclar, e sou tão desapegada da maior parte das coisas, que não seria nada difícil para mim concluir os 30 dias com sucesso. (Já os 30 dias de yoga com a Adriene estão a ser mais difíceis de cumprir, but that’s an entirely different story….)

Talvez me anime e use o blog como diário do destralhamento. Afinal de contas, aproxima-se outro confinamento e há que manter a cabeça ocupada e arranjar desculpas para ir muitas vezes ao lixo.

(Mentira, isto é só uma forma de me obrigar a vir aqui mais vezes e ressuscitar este blog das trevas. Todas as desculpas servem para isso.)

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Um ano com mais música

Se tivesse feito alguma resolução para 2021, teria sido a de ouvir mais música e estar mais atenta às novidades. Já lá vai o tempo em que lia jornais de música e papava tudo o que era novidade, descobrindo bandas atrás de bandas, quer sozinha, passando horas em lojas de música a ouvir CD, quer através de amigos que me faziam playlists, algumas ainda em cassete.

Nos últimos anos, tenho estado meio desatenta e, normalmente, chego às bandas do momento quando o momento já passou. Com bandas do momento, não estou a falar de bandas pop ou demasiado mainstream, que essas chegam-me em doses aterradoramente suficientes pelos ouvidos das  minhas filhas.

Por exemplo, só no final de 2020 é que ouvi falar, pela primeira vez, da Phoebe Bridgers. Talvez tenha andado demasiado ocupada a ouvir podcasts, ao invés de descobrir música nova, o que não é mau de todo, porque sempre aprendi umas coisas, e a deixar que fosse o Spotify a dizer-me o que devia ouvir (não me lembro de ter encontrado a Phoebe Bridgers ou a Arlo Parks num desses Made for You).

Ouvi falar da Arlo Parks ao MEC, no podcast Fala com Ela, mas depois esqueci-me do nome dela e deixei passar. Mais tarde, no PBX (nota-se que gosto muito da Inês Meneses?), falou-se outra vez dela e, desde então, não tenho parado de a ouvir. Foi bastante difícil escolher uma só música para vos mostrar, entre a Caroline, a Eugene, a Green Eyes, pois gosto de todas. Deixo-vos com a Black Dog, que foi a primeira que ouvi.

A ver se começamos a animar este blog.

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