Subconsciente

Por que raio decidi eu escrever aqui todos os dias do mês de Outubro, em jeito de diário, sobre coisas aparentemente tão desinteressantes e insignificantes, como a pêra-melão ou os figos que ponho nas papas de aveia? Percebi hoje que precisava de me concentrar em mim, todos os dias um bocadinho, para, a meio do mês, conseguir falar sobre o elefante na sala.

Está a fazer um ano que perdi o meu terceiro bebé. E sabia que tinha de me preparar para isto.

Subconsciente, tu és tramado.

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Jejum

Desde que vim de férias, nunca mais consegui fazer jejum intermitente. Andava atinadinha. Fazia jejuns mínimos de 13 ou 14 horas e, uma ou duas vezes por semana, encaixava um de 16 horas. Isto não é nada para muita gente, mas para mim era muito bom. Eu tenho a convicção de que tudo se cura com a comida e, ultimamente, tenho acalentado a ideia de que muito se cura pela ausência (controlada) de comida. Só que as férias deste verão foram muito agressivas em termos de comida e bebida, e o corpo, claro está, habituou-se aos excessos. Voltar ao regime está a ser muito difícil, especialmente se me lembrar que tenho um saco cheio de figos secos do mais maravilhoso que há. E que ficam muito bem nas papas de aveia logo de manhã.

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Pêra-melão

Fui fazer uma pequena caminhada com a mais nova depois da escola. Ela quis escolher o caminho. Cortámos à esquerda do talho do Sr. Manel e fomos dar às hortas, de onde seguimos pela casa que parece um palacete e pelo pavilhão. Foi sempre tagarelando sobre a escola e o menino com que partilha a carteira que se esquece do som das letras. Chegámos a casa batiam os 3 km no relógio. Ela regou o canteiro dela, eu reguei os meus e reparei que o arbusto da pêra-melão já tinha frutos amarelos. Olha, queres provar um? Pode ser, a que sabe? Deve saber a pêra, ou então a melão. Pois a mim sabe-me a pepino.

Será que fica bem na salada?

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Uns arrumam, outros desarrumam

As arrumações na garagem só terminaram hoje, mas valeu a pena; ficou pronta para uma ronda de convívios. Já não nos lembramos da última vez que convidámos mais de dois amigos de cada vez e parece que já apetece organizar daquelas festas que dão trabalho antes e depois, mas que sabem bem durante. Ficou acordado que, este ano, iria haver São Martinho na garagem, mesmo que, até lá, as aranhas tenham tempo de voltar a decorar o tecto (Halloween?).

Entretanto, enquanto os pais arrumavam, as filhas ficaram em autogestão e quando entrei em casa o cenário era mais ou menos este.

Parece-me que ainda não é desta que participo no #instagraminteriorchallenge.

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Outubro

Não deixa de ser curioso que no dia em que decidimos arrumar o verão – guardar no sótão a prancha de SUP, os colchões e os chapéus-de-sol, esvaziar a piscina e limpar a garagem para a série de aniversários que se aproxima – tenham feito temperaturas bastante agradáveis, tenhamos almoçado sardinhas no quintal sem vento nem moscas e, ao final do dia, tenhamos ido comer um gelado à vila, que vibrava de gente de chinelo no pé e areia na pele. Não é Agosto e parece estranho, mas na verdade lembro-me sempre de a primeira metade de Outubro ser assim.

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