Estivemos seis dias nos Açores com os nossos amigos polacos com 4 filhos. Éramos, portanto, dez pessoas, sendo que seis eram crianças dos 2 aos 9 anos. E, apesar de parecer estranho, dado o número de crianças ser superior ao número de adultos, foi espectacular. Vimos muita coisa nova (nós já conhecíamos os Açores) e fizemos coisas fantásticas que incluíram comer cracas – uma espécie de rocha com coisas comestíveis lá dentro – tomar banhos de água quente no mar presos a uma corda em Ponta da Ferraria, estragar os fatos de banhos com a água sulfurosa do Parque Terra Nostra, ver o nosso cozido sair de debaixo da terra, nadar numa piscina natural que era, ao mesmo tempo, um aquário, trepar rochas vulcânicas, andar por “florestas encantadas” e ir desembocar em lagoas de água verde-esmeralda, saltar de uma prancha de 3 metros e sentir-me suspensa numa bolsa de ar para depois cair a pique e achar o máximo, ver como nascem e crescem os ananases dos Açores e ver golfinhos a nadar ao pé de nós. A dinâmica entre casais e crianças foi perfeita. As crianças não se deixaram intimidar pela barreira linguística e brincaram juntas numa língua inventada por elas que não era nem polaco, nem português, nem inglês, mas algo ali no meio, que nos dava vontade de rir, mas permitia-lhes entenderem-se na perfeição. Para as nossas foi também a primeira vez de avião (andar de avião aos dois meses e meio não conta) e foi bastante pacífico. Quando lhes perguntei, depois de chegarmos, do que mais tinham gostado, responderam-me “dos gelados”. Expliquei que gelados podem comê-los em qualquer lado, digam lá do que gostaram mais dos Açores. Sem hesitar, dizem que foi da piscina amarela. E dos gelados, insistem. A Alice, a sorrir, diz ainda que viu muitas girafas e eu pergunto-me: estivemos em universos paralelos ou ela já goza comigo?
As minhas outras vezes nos Açores reunidas aqui.