Está o ano a acabar. Já fiz a minha lista das músicas mais ouvidas e um resumo escrito dos doze meses, porque sinto que o ano me passou pelos dedos como areia fina e precisei de perceber se foi realmente o carrossel que se me afigurou. Confere: uma montanha-russa daquelas só com uma pista com uma grande elevação, seguida de uma queda vertiginosa. Metade do ano a subir, metade a descer. Para o ano, talvez fizesse sentido desejar mais equilíbrio, mas creio que me vou ficar pela saúde. Já estou como os velhos: tendo saúde, tudo se faz.
Também desejo que a minha gata volte, mas já vou perdendo a esperança.
Li 32 livros este ano, mas ontem peguei num bem pequeno, para ver se bato o recorde desde que comecei a registá-los no Goodreads. Queria acabar o ano com a Ivone Mendes da Silva, mas acabei por ler o Dano e Virtude depressa demais. Não me cansa a sua obsessão pelo quotidiano e inspiro-me nas suas entradas diarísticas para regressar, também eu, aos meus cadernos.
Traduzi 6 livros, dos quais ainda só saíram 3. Fora isso, traduzi outras coisas e trabalhei muito, mesmo muito. Quero ser mais criteriosa com as traduções que aceito. Aprender a dizer que não. Pensar sempre primeiro em mim.
Ainda assim, consegui fazer várias viagens pelo meio, Alpes franceses, Madeira, Irlanda, Marrocos, Alemanha. Fui ao Boom pela primeira vez. Voltarei para o ano.
Continuo à procura de mim própria e comecei a interessar-me pelo tema da expansão da consciência. Os últimos meses do ano foram mais dados à espiritualidades. Retomei as meditações, comecei a acender velas e paus de incenso. Não me parece que sejam hábitos para durar, tanto que cá em casa ninguém suporta o cheiro do incenso, mas a mim dão-me paz. Em Janeiro vou fazer o yoga da Adriene. Faço sempre, mesmo que se arraste até Março.
Não sei o que fazer em relação às redes sociais. Sinto uma relação de amor-ódio, ora me quero afastar, ora sinto que me aproximam do mundo. Deixem ver se as doze badaladas me trazem mais sabedoria.
Agora, tenho de ir pôr a loção dos piolhos a uma das miúdas. Um ano sem piolhos. Será demais pedir tal coisa?