Novembro

Novembro passou depressa e, ao mesmo tempo, aconteceu tanta coisa. Já me passou a azia, felizmente, mas não passei no teste do NaNoWriMo. É engraçado dizer isto, porque se fosse a contar o número de palavras que traduzi em troca de dinheiro, ultrapassariam as 50 mil em muito, mas as 891 palavras que escrevi para mim, por prazer, sem ser para ganhar dinheiro nem para inglês ler, dizem-me que ainda tenho um longo caminho a percorrer nisto de ter hábitos de escrita. Um dia, talvez. Resolvi não me preocupar com mais coisas do que aquelas que consigo gerir. Daí ter classificado as minhas obrigações por níveis e a necessidade de ir vivendo consoante os vistos que faço nos itens da lista. Ainda assim, foram duas vezes no mês passado em que acordei, ou não consegui dormir, com o coração aos saltos, a saliva a subir-me à boca como se estivesse prestes a vomitar, uns enjoos que só eu sei, e a cabeça às voltas sem se conseguir deter num pensamento por mais de cinco segundos. Também vos acontece? Gosto de pensar que é só da tiroide, que voltou a descontrolar-se, mas na verdade acho que é a nova exposição profissional a que não estou habituada que me tira o sono de vez em quando. Ter o meu nome num livro, ser uma das responsáveis pelo prazer que o leitor tem, ou não tem, a ler determinado livro é coisa para me consumir. Finjo que está tudo bem, que até gosto, que o mereço, mas a verdade é que me pelo com medo de falhar. Acresce o facto de, pela primeira vez na vida, aos 41 anos, ter pedido um empréstimo para comprar um carro e ver-me a braços com taxas de juro e merdas que tais. Não percebo nada disto, mas finjo que sim, para o banco não me tomar por parva, e peço simulação atrás de simulação, como se fosse forreta ou picuinhas. Não sou, mas todo o dinheiro que faço sai-me do pêlo, não tenho funcionários que façam o trabalho por mim nem trabalho eu para outros; se não trabalhar, não ganho, então, quando é altura de o gastar, que saiba bem para onde vai. E depois o carro é eléctrico e há toda uma logística em que pensar e não me venham dizer que o lítio é o demónio, porque me informei bem sobre isso e oiçam o episódio 8 da temporada 2 do podcast Do Zero sobre carros eléctricos antes de me virem moer o juízo.

De modos que o Natal está quase aí e eu com a cabeça tão longe, mas se tivesse escrito este post no NaNoWriMo, teria adicionado mais 450 palavras à conta.

Posts relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *