Desde que vim de Istambul e até ao Natal, a minha vida assemelha-se a um videojogo: a cada tarefa executada vou passando de nível. Como já tenho a agenda tão cheia até Janeiro, resolvi não me preocupar com os níveis seguintes enquanto não passar aquele em que me encontro. Não é uma abordagem na qual tenha pensado muito, é antes uma espécie de colete salva-vidas. Recuso-me a falar ou a pensar no que tenho a fazer num nível futuro enquanto não arrecadar todas as moedinhas daquele em que me encontro.
Ora, os níveis são:
- Apresentação no zoom
- Entrega do livro no Goethe (o que parece uma coisa simples exige uma logística tal que tem direito a todo um nível)
- Aniversário da Alice
- Vacina dos 10 anos da Inês (antes que ela faça os 11, pelo menos)
- Entrega da tradução do livro 1
- Entrega da tradução do livro 2
- Aniversário da Inês (só pode fazer depois se tiver levado a vacina!)
- Aniversário do pai + Natal (como um dia para tratar das prendas não é suficiente: acrescentar outro nível algures)
- Começar a ler livro para recensão
- Passagem de ano
- Entrega da recensão
- Tradução do livro 3
Supõe-se que continuo a respirar entre níveis.