Escrevo-vos de Istambul, uma cidade sobre a qual não tinha quaisquer ideias pré-concebidas, mas que mesmo assim me está a surpreender, o que não sei se faz sentido.
Os dias que antecederam a viagem foram confusos. Por um lado, a vontade de sair em casal, pela primeira vez desde a pandemia; por outro lado, a dificuldade de deixar as minhas filhas pela primeira vez desde a pandemia. A Alice é quem nos deixa mais apreensivos. É uma criança para quem a família é o pilar que a sustenta e que, quando um de nós está fora, todo o equilíbrio se perde, quanto mais dois. Dizem-me que esta distância lhe faz bem. Que precisa de perceber que nós voltamos e que nada mudou. Forço-me a acreditar que sim, que é mesmo isso.
Istambul talvez seja o sítio ideal para acreditar que tudo está bem. Impossível não nos sentirmos numa espécie de limbo mágico quando se está num sítio em que a Europa e a Ásia se encontram constantemente em perfeita sintonia. Estou a achar isto fabuloso.