E o que dizer daquelas pessoas palavrosas, mas que só sabem falar da mesma coisa? É como se, por muitos anos que passem, nada mais de interessante lhes tivesse acontecido ou mantivessem os mesmos interesses de toda uma vida, tivessem deixado de sair de casa ou tivessem deixado de conhecer pessoas novas, revissem sempre as mesmas séries de televisão ou relessem sempre os mesmos livros. Aos interlocutores pouca alternativa resta senão ouvir as mesmas coisas pela enésima vez e consolar-se com a ideia de que tais momentos lhes servem para refrescar a memória ou dar coesão ao relato. Mas, por norma, servem apenas para consolidar a opinião de que das duas uma: ou estão perante pessoas altamente aborrecidas e desinteressantes ou então são pessoas muito seletas na escolha dos temas que desenvolvem com que interlocutores. Têm a carteira dos assuntos novos e picantes para discutir com quem lhes importa e, a quem não passam cartão, desenrolam o pergaminho dos tópicos batidos sem sequer se dar ao trabalho de trocar a ordem com que os apresentam. Eu devo inserir-me no grupo dos interlocutores insignificantes, porque apanho com cada seca…