Sesimbra era, até agora, uma das únicas vilas em Portugal onde não havia um McDonald’s. Abriu um há uns dias. A poucos metros, há um Burger King, que também abriu há uns dias. Podia ficar por aqui e deixar-vos a pensar sobre a razão do interesse repentino por Sesimbra pelos magnatas da fast food, mas venho falar-vos de outra coisa.
Fomos lá hoje. Eu não queria, odeio, irrita-me todo o lixo, irritam-me os preços, incomodam-me as pessoas. Mas as minhas filhas, apesar de até nem se poderem queixar da qualidade da comida que ingerem em casa, acham que o McDonald’s é a quinta-essência da gastronomia, e o pai prometeu que lá íamos em troca de ajuda para apanhar pinhas…
Então, fomos. Para não dar a visita por perdida, fui a pé até lá. É menos de 1 km, faz-se bem e dá para ir espreitando os jardins dos vizinhos e tirar ideias de como montar um jardim. Ou como não montar um jardim. Há de tudo.
Lá chegados, eles pediram cada um o seu hamburguer e eu escolhi um menu de sopa e salada. Vou repetir: sopa e salada. Legumes, portanto. Isto é importante para poderem fazer uma relação nas vossas cabeças quando, a seguir, vos disser que uma sopa e salada ficam mais caras do que um menu de hamburguer e batatas. Acho um bocado escandaloso. Ainda tentei iniciar uma discussão sobre o assunto, mas levei logo com o argumento de “isto não é uma casa de saladas”, como se fosse um favor que o McDonald’s estivesse a fazer aos esquisitinhos. Calei-me, porque era a quarta vez que me queixava desde que chegáramos e sei que posso ser bastante aborrecida quando estou contrariada.
No total, mesmo com a roubalheira do meu menu, pagámos 30 euros por um jantar para quatro. Lá fora, uma senhora mesmo muito gorda precisou de fazer algumas acrobacias para conseguir entrar no carro. E, claro, vai ali jantar, porque é bom e barato.