Não gosta de confusões. Se temos a casa cheia de amigos, é frequente ir encontrá-la no quarto, sozinha, a fazer recortes ou a folhear um livro. Também não gosta que estranhos se metam com ela na rua. Eu acho (mas o pai não) que é avessa a mudanças, mas quando se ambienta é a palhaça de serviço. É extremamente sensível se é chamada a atenção ou se é o centro das atenções num ambiente menos conhecido e foi esta sensibilidade, a par de outras coisas, naturalmente, que nos fez decidir voltar a inscrevê-la no pré-escolar, na escola da irmã, apesar de fazer 6 anos ainda este ano. Até ontem, eu ainda não tinha percebido se ela sabia que não ia para o primeiro ano, ao contrário dos seus colegas, e, sabendo, se estava confortável com isso. Ontem calhou em conversa. Quase sustive a respiração enquanto deixei que o pai tomasse as rédeas à conversa e respirei fundo quando ela disse, com o ar mais condescendente do mundo, que sabe que não vai para a escola-escola, que vai só para a escola dos trabalhos e da brincadeira, mas sobretudo da brincadeira e que brincar mais um ano é mesmo o que ela quer.
Hoje, saiu a lista dos pedidos para novas inscrições. Não é ainda a lista dos pedidos aceites, mas frequentando a irmã a mesma escola, não me parece que vá haver problema. Seguir-se-á uma nova etapa das nossas vidas.
(Entretanto, quando voltou das férias do Algarve com os avós, disse-me que tinha tido saudades minhas, mas do que tinha mesmo mesmo saudades era da sua casa-de-banho. Bom, acho que podia ser pior.)
1 comentário
Fizemos o mesmo cá em casa… Também tínhamos o coração na mão, mas as crianças surpreendem nos sempre. Vai correr tudo bem. Não há pressa para crescer!