Mont Blanc, round 2

Partiu hoje, de madrugada, para mais uma caminhada. 10 dias a andar, de mochila às costas, num sobe e desce à mercê dos caprichos da montanha, é só mesmo para quem gosta. E ele gosta – eles, que entretanto o grupo já se alargou. Eu vou ficando por cá, a segurar as pontas da família, contente por não ter de os acompanhar e feliz pela relação que temos. Ele vai todos os anos fazer uma caminhada grande? Pois vai. Mas eu também vou para retiros e festivais de música com a consciência tranquila por saber que não é um toma-lá-dá-cá. A liberdade que concedemos um ao outro não se mede pelo número de dias que cada um vai para fora, nem pelo egoistómetro dos nossos empreendimentos (é mais egoísta ir sem a família para um festival de música durante três dias ou dez para fazer uma caminhada?), mede-se cá dentro, pelo prazer que sentimos por poder proporcionar ao outro este tipo de momentos.

Por cá, a Alice já percebeu como é que a coisa funciona sempre que um dos pais está fora. As rotinas são mais relaxadas, os jantares são mais “rápidos”, as concessões são mais que muitas. É mais do que certo que vão acabar as duas a dormir na minha cama ou que vai haver bolachas para o lanche e gelados em dias de semana. É assim uma espécie de vale-tudo para facilitar a tarefa do progenitor “solteiro”.

Hoje de manhã, quando se apercebeu de que o pai já não estava, a mais nova perguntou-me, depois de um beicinho de tristeza: “Nós vamos fazer coisas divertidas, não vamos, mamã?”. Vamos, sim. Vai ser bom para todos. Uns na montanha, outros no calor – que, felizmente, parece que já chegou de vez!

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