Estou a ler um livro que está a ser um verdadeiro suplício. Não me vou alongar muito sobre isto agora, porque, a seu tempo, irei falar dele aqui, como costumo fazer com os livros que leio. No entanto, já valeu a pena, nem que seja devido ao seguinte excerto:
Eu, boca rota me confesso. Não o boca rota de andar por aí a espalhar inconfidências ou a revelar segredos. Quem me conhece sabe que sou exímia a guardar segredos. Refiro-me a ser inconveniente e a arrepender-me muitas vezes do que digo. Acontece-me vezes demais. Ou porque conto demasiadas coisas sobre mim ou porque dou a minha opinião sem ninguém a pedir e, depois, arrisco-me a ouvir o que não quero ou para o qual não estou preparada. Já me aconteceu, não poucas vezes, e só lembrar-me dos momentos em questão dói. Não que queira fazer segredo da minha vida, mas será mesmo preciso ser um livro aberto? Ou esta estúpida necessidade que sinto em justificar-me? Porque não posso simplesmente cancelar a depilação, por exemplo, sem adiantar motivos para o fazer? Não posso ir, não posso. A esteticista não tem absolutamente nada a ver com a minha vida. E, na maior parte dos casos, as pessoas nem querem saber. Por isso, adorei este conceito das “pessoas que calam mais do que dizem”. É assim que quero ser: nunca dizer inconveniências, nunca dar opiniões extravagantes sobre as quais até nem pensei muito, deixar de mandar bitaites para o ar quando não me pediram intervenção e não me arrepender do que disse ou ter necessidade de me justificar ou “matizar comentários”. Ter-me-ia poupado alguns amargos de boca. Mas estamos sempre a aprender. Mesmo quando certos livros equivalem a uma sessão de tortura da Inquisição (ou o mesmo que ver três vídeos seguidos da Bumba, pronto, não resisti!).
1 comentário
Ahahah….não te conheço de facto nesse registo de ” boca rota ” ou ” impulsiva ” ou ” reativa “..pelo menos socialmente:)!
Mas com as pessoas que temos confiança ,por vezes ( sem exageros, claro:) é mais benéfico explodir do que implodir,pela tua saúde 😁….