Estou a quatro livros de concluir o meu desafio de leitura para este ano (fui muito modesta quando o defini…), por isso tenho muitos livros para vos aconselhar, ou desaconselhar, a ler nas férias!
8. O Livro dos Baltimore, de Joël Dicker
Joël Dicker já se consagrou cá em casa como um dos nossos autores preferidos. Escreve bem, é despretensioso, prende e cativa desde a primeira página. É o livro perfeito para qualquer altura do ano, mas para as férias também, e é especialmente útil para quem precisa de retomar o gosto pela leitura.
O protagonista desta história volta a ser Marcus Goldmann, o famoso escritor de A verdade sobre o caso Harry Quebert, sobre o qual falei aqui. Mas esta história passa-se antes daquela e versa sobre a história da família Goldmann/Baltimore, ascensão e queda, amor e amizade. Cá em casa adorámos (os dois) e lemos de um só fôlego.
9. O Coração é o Último a Morrer, de Margaret Atwood
Falando em livros que ajudam a recuperar o gosto pela leitura, a minha amiga Paula pode confirmar-vos como este livro a ajudou a entrar nos eixos (livrescamente falando). Já andava para ler Margaret Atwood, uma conceituada autora norte-americana, desde os tempos da faculdade e com este livro fiquei curiosa sobre a restante obra.
O Coração é o Último a Morrer é aquele livro perfeito para ser adaptado ao cinema. Não sei se a autora o escreveu com essa intenção, mas ao lê-lo conseguia visualizar as cenas na minha cabeça, como se estivesse a vê-las no ecrã. Basicamente, imaginem uma sociedade em que as pessoas perderam tudo no crash da bolsa, vivem em carros e permanentemente aterrorizadas pelas criaturas nocturnas que aparecem para as atacar, violar, roubar e mais o quê. De repente, surge a oportunidade de terem uma vida melhor. Para isso, só têm de se candidatar a uma experiência social: viver numa comunidade com regras muito próprias com o objectivo de testar um novo modelo de sociedade. Uma das regras é que, de mês a mês, têm de trocar a rotina “normal” de casa-trabalho por uma rotina na prisão. A sua casa, que lhes foi dada pelo programa, passará nesse mês a ser ocupada por outro casal. Um mês em liberdade, um mês na prisão, alternando-se o casal. Ao princípio, tudo corre bem. Mas eis que começa a surgir curiosidade sobre o outro casal que ocupa a casa. E essa curiosidade leva à obsessão… Bom, espero já ter despertado a vossa curiosidade!
10. A Contraluz, de Rachel Cusk
A Bertrand enviou-me um e-mail a dizer assim: “Se gostou de Elena Ferrante, vai gostar deste livro.” E eu, feita parva, fui comprá-lo. Pois digo-vos que a Betrand não percebe nada do assunto e quem achou que Cusk é a nova Ferrante devia levar com uma barra de aço na cabeça.
Rachel Cusk não tem nada a ver com Elena Ferrante. Elena Ferrante é a diva, a perfeição, o sublime. Cusk é uma pretensiosa armada ao pingarelho que escreveu um livro que tive vontade de atirar pela janela. Teimosamente, li-o até ao fim, mas tudo me irritou: desde a panóplia de personagens que, por serem tantas e o livro pequeno (felizmente) não deixa espaço para uma construção sólida das mesmas, à história que, sinceramente, não é uma história. É o relato da viagem de uma escritora à Grécia para ir dar um workshop de literatura na Universidade e dos encontros fortuitos ou combinados que vai tendo ao longo da sua viagem e que levam a autora-protagonista a reflectir sobre a sua própria vida e família. Não há propriamente um enredo e as reflexões filosóficas abstractas e afectadas que encontramos pelo meio deixam muito a desejar. Odiei. Bertrand, vê se fazes melhor o trabalho de casa!
4 comentários
E por falar em livros ….ainda não os reuni,mas irão chegar-te quando forem mesmo necessários…o Universo é assim:)
beijinhos
Já sabes que os leio 😉
Olá 🙂 Podes sempre aumentar o número de livros que te desafias a ler. Já tenho feito isso. Este ano comprometi-me a ler e já li 18, portanto vou exatamente a meio da lista e espero conseguir ler mais uns quanto agora durante as férias de verão 😉 a ver se chega tempo para isso.
Tenho gostado muito das tuas sugestões e a ver se compro os da Elena Ferrante, já que aconselhas vivamente. O Joël Dicker também é um dos favoritos que vou trocando com a minha irmã 😉 e espero ansiosamente outro livro (a ver se continua alguma história sobre o Marcus Goldman, com quem simpatizo bastante!).
O livro de que gostei menos foi ‘Os últimos dias dos nossos pais’, mas como gosto de livros sobre a II Guerra, li-o até ao fim e depois fiquei com um aperto no coração.
Beijinho para ti e obrigada pelas tuas sugestões sempre tão boas!
Andreia
Obrigada pelo comentário! 🙂 “Os últimos dias dos nossos pais” foi o único que ainda não li, mas já lá está à espera 😉 Quanto ao desafio de leitura, o meu era 18, achei que só conseguiria ler 1 livro por mês, nos meses normais, e depois mais livros nas férias, mas a verdade é que já li 14 e ainda vou a meio do ano! Se calhar vou actualizar o desafio no Goodreads 😉 Um beijinho para ti também e boas leituras!