Hoje à noite, lá fora, o ar já é mais quente. Ainda não parece primavera, muito menos verão, mas traz-me grande conforto saber que para lá caminhamos. Apesar de ter descoberto recentemente que represento a energia “Solo” do Ki das 9 Estrelas, que corresponde ao fim do verão/início do outono, eu não sou, definitivamente, uma mulher do inverno. E também não sou dessas de acreditar na astrologia, mas aquela coisa do “Solo” fez-me algum sentido.
Sentido, muito sentido, também me fez o curso intensivo de culinária macrobiótica que fiz a semana passada no Instituto Macrobiótico. Motivada por um acontecimento que, afinal, não se veio a concretizar (ou a parvoíce de que foi o universo a puxar-me), inscrevi-me no nível 1. Só queria aprender a cozinhar de forma mais saudável e não estava à espera de ser bombardeada com uma montanha de informação do tipo abre-olhos. A Macrobiótica não é só cozinhar com algas, reduzir o consumo de carne, comer de acordo com as estações. A Macrobiótica é, resumindo a coisa de forma muito pobre, um estilo de vida segundo as energias: a nossa, a dos alimentos, a das estações, a do planeta, da nossa casa, e até a energia dos que nos rodeiam. Fez-me tanto sentido isto (o de usar os alimentos como cura, em vez de recorrer a medicamentos, o de comer o que a terra nos dá, o de respeitar a forma de crescimento dos legumes, cortando-os da forma certa, o de saber ouvir o nosso corpo e dar-lhe aquilo de que necessita, o de, o de, o de…) que agora era capaz de estar aqui horas a falar sobre o que aprendi. Mas para já não vos maço, tanto que ainda tenho muito que ler e praticar até ao nível 2, daqui a um mês.
(Mais info sobre estes cursos aqui.)
Durante este tempo que estive ausente, aconteceram ainda muitas outras coisas, como ter a caixa de compostagem já praticamente cheia e só faltarem cinco letras à Inês para aprender o alfabeto todo, ou ainda ter alugado um escritório para mim, onde passarei a trabalhar diariamente a partir do dia 1 de março. É um passo à frente na carreira, na vida a dois, na minha necessidade de estar sozinha, de ter uma rotina fora de casa, de me distanciar da casa e aprender a separar o trabalho da família e da casa e de tudo o resto. São processos, evoluções, que vamos abraçando à medida de que vamos tendo noção da sua necessidade. Este é só mais um.
Sinto que a vida está a mudar. Não sei se é pela Macrobiótica, ou se serei outra daqui a uns tempos ao deixar o trabalho no sítio dele e a família no sítio dela. Ou se calhar não é nada disto e é só o ar que, lá fora, já está mais quente (também pode ter sido só impressão minha, é claro).